terça-feira, 6 de novembro de 2012

Cinza.

Ando meio sem rumo. Meio sem lógica. Meio procurando coisas que não são, que não estão. E não sei dizer se estou dentro ou fora. Dentro ou fora do mundo. Dentro ou fora de mim. Já não me lembro. E me pergunto pra quê. De que importa, se tudo foge pra tão longe que já não sei mais a distância entredentes? Entre dedos, entre pesares. De que importa se já não sei mais meus pontos de gravidade, de brevidade. É tudo tão ontem ainda hoje. E me acabo em cantos cíclicos que sequer me asseguram o sono. Me desfaço com espanto no instante seguinte, de novo e de novo, até que o dia seja noite, e tudo e todos o alívio de uma única sombra.

- Danielle Bernardi

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Uvas.

Faz tempo. Faço tempo. E ainda, não sei existir para além de hoje. Então quem sabe amanhã, certo? Sempre aquele otimismo que é mais derrota do que vitória. Não sei, queria soltar alguma coisa aqui, descobrir algo de verdadeiro, entrar no atrás do pensamento e conseguir uma palavra que fosse, um vaga-lume. E por esses dias tenho tentado por tudo ver com os olhos abertos. Parece que minha humanidade só existe se se redescobrir a todo instante. Sou toda mecânica e ainda assim. Tenho carne e nervos que pedem alma. E no meio da pedra: um caminho.

- Danielle Bernardi