domingo, 21 de junho de 2009

[Re]Encontro.

É isso, estou de volta. Nós dois sabíamos que cedo ou tarde esse momento chegaria, então que comece tudo outra vez, se esconda o melhor que puder - eu estou contando. Que venha a chuva, a dor e a mágoa, a ausência é a busca enraizada em mim. Faça seu melhor movimento, minha jogadas não terão fim. Um brinde à espera e ao reencontro - aonde quer que ele esteja.

- Danielle Bernardi

domingo, 14 de junho de 2009

Causas e Danos.

Não deixe a palavra cair, jogue-a para o alto e molhe-se na chuva de mágoa lá fora, mas não a deixe cair. Grite o mais alto que puder, contra todos os ventos, contra todos os tempos, contra todos os medos. Seja a criança no escuro, seja o sinal e a espera, seja o inesperado. Quando as flohas caírem, eles todos precisaram de sombra e descanso - seja a brisa, seja a tempestade, seja a mudança e a calmaria. Seja o vento, seja a força, seja o ar, seja a voz por todos os cantos, murmurando sem parar. Seja a carne que vibra, o corpo que sente e mergulhe o mais fundo que puder. Abrace os erros e as segundas chances, mas não deixe a palavra cair. Você precisará dos braços firmes e dos pés trôpegos, da consciência insone e da dúvida sobre a pele. As estrelas caem em algum lugar, faça sua escolha, faça sua mala. Deite-se na cama e escreva sua história. Até lá, traga o guarda chuva, ainda chove lá fora.
- Danielle Bernardi

terça-feira, 9 de junho de 2009

Nova Quilometragem.

Tetos de açúcar, se desfazendo em torrões. Alguém como eu, alguém como você. E o riso dos anjos é um sussurro em que deixei de acreditar. Enquanto canetas caem dos céus, as estrelam colidem em algum lugar. O momento é o agora, e nada será como era para sempre. Todos os segredos, transformados em poeira, voltam a se reunir sobre meus pés, e a gente até chega a acreditar nas verdade de barro que compra em esquinas tortas por aí. Até que o momento se dissolva, e o paladar enfraqueça, tornando aquelas mentiras muito mais fáceis de engolir. Vidro e canela jogados para o alto como confeitos, como confetes. Alguém como eu, alguém como você. E todas essas estradas que sempre insistem em levar ao lugar errado. É sempre um pulo novo, e é queda. É sempre queda. Sempre. E sempre. E sempre.

- Danielle Bernardi

sábado, 6 de junho de 2009

Epílogo.

A palavra gagueja, tropeça, e se desfaz em enormes gotas de tinta, que caem pelo chão. São poças escuras, poços sem fundo - sem começo. Veias correndo na direção contrária, escorrendo pelos dedos em trilhas sem caminho, sem traço. E a palavra engasga, sufoca. Duas doses cheias de cacos e frangalhos, quando a palavra quebra, não há conserto. Procura-se um exorcista.

- Danielle Bernardi