domingo, 14 de junho de 2009

Causas e Danos.

Não deixe a palavra cair, jogue-a para o alto e molhe-se na chuva de mágoa lá fora, mas não a deixe cair. Grite o mais alto que puder, contra todos os ventos, contra todos os tempos, contra todos os medos. Seja a criança no escuro, seja o sinal e a espera, seja o inesperado. Quando as flohas caírem, eles todos precisaram de sombra e descanso - seja a brisa, seja a tempestade, seja a mudança e a calmaria. Seja o vento, seja a força, seja o ar, seja a voz por todos os cantos, murmurando sem parar. Seja a carne que vibra, o corpo que sente e mergulhe o mais fundo que puder. Abrace os erros e as segundas chances, mas não deixe a palavra cair. Você precisará dos braços firmes e dos pés trôpegos, da consciência insone e da dúvida sobre a pele. As estrelas caem em algum lugar, faça sua escolha, faça sua mala. Deite-se na cama e escreva sua história. Até lá, traga o guarda chuva, ainda chove lá fora.
- Danielle Bernardi

Um comentário:

Bruna Rasmussen disse...

quero a palavra enterrada junto ao peito a sete palmos. aurélio e eu, decompondo-se na escuridão: um romance sintático, sintético.