Diga-me a palavra, e em resposta lhe darei um grande espaço - em que quebrarei as sílabas para que seus estilhaços se cravem em partes imóveis do sistema. Diga-me a palavra, para que em meu abraço ela se desfaça e nada mais reste além de seu eco em meus pensamentos. Prosto meus ossos cansados e meus dedos cheios de tinta diante de você, cordeiro que sou, para que me dê a palavra: o golpe fatal. E me ofereço para ser recipiente, uma vez que trago esse grande espaço, uma vez que trago essa grande sede - uma vez que me fiz esse grande vão. Dê-me a palavra e sua sombra, seu sabor. E como prova de minha reciprocidade, em cada espaço meu estará a cíclica repetição de sua essência sem grafia.
- Danielle Bernardi
Um comentário:
Teu post me lembrou uma música, sabe quando você lê algo e uma músiquinha fica tocando ao fundo?
É assim ó:
"Não vou dizer que não quer ouvir
Para não ferir você
Sei que as pelavras de minha boca são duras..."
Simplesmente, ficou gravado assim em mim.
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