terça-feira, 21 de julho de 2009

Orvalho.

Essa incerteza que me rasga o peito, e que se expõe, como meu bem mais precioso. Não abro mão da dúvida e da palpitação frenética da busca. Construo casas em terrenos de nuvens, com as chaves todas bem guardadas e quase tão óbvias que me assustam. E estou sempre a espera, à deriva, com meu espírito cansado tropeçando em direção a queda, e ao vôo - se possível. E não sei viver diferente, e talvez não queira, e talvez não mude. Me aceite ou vá embora, antes que os olhos se fechem e a palavra desapareça, levando consigo a imagem, o semelhante e a essência. Vislumbre de milagre e pecado, entre um piscar e outro, entre a fé e a loucura, e o desespero quieto que me move, quente e frio contra minha pele. Estou a espera, à deriva. E essa incerteza... Essência, inocência, medo. Um tremular cálido antes do pulo - e da entrega.

- Danielle Bernardi

Um comentário:

Francisco Mallmann disse...

"E estou sempre a espera, à deriva, com meu espírito cansado tropeçando em direção a queda, e ao vôo - se possível."
Amei isso, Dani!