segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Anemia.

Meu eu lirico não tem calma, tem fome. Tem esse apetite voraz, insaciável, sedento. Tem o poder de consumir em silêncio, sem que ninguém veja. E fala sempre, grita na verdade, com todo o ar dos meus pulmões - pela ponta dos meus dedos. Mas também cala, e não respira. Sufoca e engasga, mas não se revela. Ouça seus rugidos, seus lamentos, seu trovoar perante a inanição que há tanto tomou conta. Tudo o que me resta são esses membros fracos, o branco dos olhos... E o vibrar fraco da existência pura, em seu clamor exagerado - necessário. E ainda espero ouvir teu nome...

- Danielle Bernardi

2 comentários:

Unknown disse...

"Ouça seus rugidos, seus lamentos, seu trovoar perante a inanição que há tanto tomou conta."


E eu sempre ouço, e sei que não há nada de fraco nesses membros, há apenas a vontade e a espera de sair, de ser livre.
E esteja onde estiver, você sabe melhor que ninguém, que eu estarei lá no dia que você conquistar essa tão almejada "liberdade".

TEAMO.♥

- T. disse...

bacana ver vc amadurecendo, tanto como menina mulher quanto como alma.