sábado, 13 de novembro de 2010

Fratura Exposta.

Sob meus pés a terra treme, viva. E tenho vontade de queda, você sabe. Sob meus pés a terra treme, respira. E tenho os olhos abertos à procura. O que diz a voz que não é voz e chama? É você?, pergunto sempre. A resposta é o eco que reverbera no oco de cada canto. E você já é tão eu que ser você me parece a única salvação. Diga-me, qualquer coisa. Quebra as paredes com teus dedos de presença ausente. Sê vento, e sopra. Ponha-me em ruínas, fratura exposta. Não tenho medo. Tenho pressa. Tenho o querer que se atropela em desejo de consumir. Tenho a palavra que é silêncio, e a falta que sou eu, que é você. Então sê, apenas isso. Sê meu pensamento mais confuso e mais brilhante, e quem sabe, quem dera, exista algo mais em cada linha. E sob meus pés essa terra, sertões e veredas. Horizontes. E mais. Além.
- Danielle Bernardi

Um comentário:

Francisco Mallmann disse...

"Quando completos, tornam-se apenas um. Só."