quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Barquinho de Papel.

Toco minha lira o mais alto que posso, usando o avesso do som como fonte de matéria-prima. Minha voz tem esse quê estridente, desafogado - pedindo por água - nômade que tem sede. E minha embarcação se resume aos limites e demarcações do contorno do corpo, flutuando no que há de sideral no espaço. Repita minhas palavras bem baixinho, sem respirar, como uma prece fervorosa que diz: -
- Danielle Bernardi

2 comentários:

Unknown disse...

O mais incrível em nós é que estava com o som de fundo: Legião Urbana - Baader-Meinhof Blues, e terminei de ler:
Repita minhas palavras bem baixinho, sem respirar, como uma prece fervorosa que diz: -

a parte da música que tocou foi:
'já estou cheio de me sentir vazio.'

talvez você não ache aquelas coisas, mas pra mim foi até meio encontro-desencontrado.
teamo♥

p.s.: amei seu texto, como sempre há de ser, e não me veja como clichê meu bem. sou só aquele tipo de fã com senso crítico aguçado, mas ainda assim, sempre tão cheio de carinhos por você.

Carla disse...

Meu barquinho maravilhoso, que de desafonado não tem nada. Muito pelo contrário encontra cada nota, cada infimo som no mais absoluto tom de ressonância.

Adorei, mais um.

Bjos

Mamy