sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Moinho de Vento.

Tenho um poeta que bate no peito, que cavalga descompassado em direção ao incerto: que é mundo de possibilidades. E esses olhos de vidro trazem no branco minha corte à instabilidade - sou feita de avessos, mecanismos tortos: de gatilho oculto. Acalento entre os dedos essa pretensa habilidade de cultivar silêncios, de virgular a vida, pontuar o espaço. Então abro os braços e caio, mergulho, afundo, afogo - para abrir os olhos e querer por mais. Sou desencantada de natureza degradante, minha face tem esse tremeluzir ríspido e selvagem: composição de sílabas e ausências: douçura vacilante que se esconde.
- Danielle Bernardi

3 comentários:

Carla disse...

Lindo!

Lauana Txai disse...

Lindo mesmo!

Renan Neves disse...

"... que se esconde", ou é escondida? Desencantada ou de encanto raro tal qual Diamante, dentro, rocha? Se assim for, alegra-te! Diamantes costumam ser encontrados. Parece até que facilitam esse encontro. Ficam brilhando, cantando, falando, batendo. Como um poeta, que bate no peito.