quarta-feira, 22 de abril de 2009

Sonhos Cadentes.

Haverá o dia em que as estrelas olharão por nós no mesmo instante em que estivermos olhando para elas. Até lá, ainda estaremos procurando. Segure o seu fôlego, ainda temos tempo e estrada pela frente. Ainda estarei guardando tudo em caixas para quando você chegar, ainda estarei sendo apenas metade, má-vontade. Haverá o dia em que a certeza se desmanche em lágrimas, como uma porta que abre pela primeira vez. Então nos olharemos nos olhos, e sentiremos a pulsação um do outro na palma de nossas mãos. Até lá ainda haverão vibrações e batimentos surdos. E quando finalmente olharmos as estrelas, entrelaçaremos os dedos e deitaremos na grama molhada do sereno, fitaremos o infinito e de alguma forma nos veremos nele refletidos. Naquele momento o mundo será um detalhe esquecido, um ponto no tempo deixado para trás. E não precisaremos olhar um para o outro para saber que estamos sendo observados, e não precisaremos falar para sermos sinceros. Haverá o dia, em que a noite será a eternidade, um eterno deleite da serenidade que buscamos. Até lá ainda seremos insones, corpos cansados de coração dolorido. Ainda terei as palavras que nunca disse, na ponta da língua. E sentados sob aquele mesmo céu, desejaremos que o futuro nunca chegue, e que possamos ficar presos, um ao outro naquele lugar. E a pressa não será necessária, e a saudade que nos consome permanecerá quieta, aconchegada entre o as pausas de nossa respiração. Haverá um dia em que a realidade será um filme bonito que desejamos recordar, uma história que gostaríamos de contar à nossos netos, quem sabe. E quando todas as palavras faltarem para descrever aquele momento, encontraremos os olhos um do outro e ultrapassaremos o limite da compreensão. Ate lá, as estrelas ainda estarão procurando por nós.

- Danielle Bernardi

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